Hoje quero a minha cama no ocaso.
Drapeados negros no meu sentir
Tons de prata a aflorar-me a pele
e um leve tom rubi com que me cubro.
Quero um leito desnudo, jangada primitiva
que navegue e traga sonhos vividos
mistérios relembrados.
Doce brisa leve e odorífera
sopra no meu corpo, carícia amedrontada.
Descaio a cabeça no doce sono
um Morfeu que esqueci
e esculpe em mim saudades
de arroubos e pele a gritar.
Não quero luares no meu dossel.
Apenas preciso de um veludo azul
de um doce deslizar sem impressões digitais.
Margarida Piloto Garcia -in NÓS POETAS EDITAMOS-vol II-2013